“D’us mandou mandamentos para serem seguidos e a Cabalá é um manual de instruções Os encontros acontecem uma vez por semana, com início às 17h30 e, muitas vezes, sem hora para acabar. A dinâmica é simples e baseada na reciprocidade. As turmas, são sete no total, têm de 6 a 10 participantes para que todos possam trocar experiências. “São grupos pequenos para que todos possam falar. Embora não exista a necessidade de que as pessoas relatem suas intimidades, elas têm espaço, oportunidade e tempo para se expressar, tirar dúvidas e fazer comentários especificos”, revela Mimi. As pessoas podem, a partir das suas vivências durante a semana, discutir temas relevantes às suas vidas. Devido ao caráter abrangente da Cabalá, situações e pensamentos podem gerar benefícios práticos. “ela trata de tudo, se para ti existe, se você pensa sobre isso, a Cabalá vai enriquecer esse pensamento. Então é muito importante aproveitar esses momentos em que as pessoas estão sendo espontâneas, porque ali existe energia”, crê Mimi. Para a surpresa das participantes, as aulas ministradas por representantes do judaísmo ortodoxo não eram caracterizadas por ideias excludentes. “Com o pouquinho que sabemos do judaísmo, sobretudo o ortodoxo, imaginamos um pensamento radical e fechado, mas a cabeça da Mimi é muito, muito aberta e comporta todos os questionamentos e atitudes”, afirma Ana Moreira. Já a aluna Beth Logemann revela outra surpresa: “eu não imaginava que na Cabalá o ser mais importante fosse D’us, um D’us único, do bem, e que a importância de d’Ele está em tudo.” “afinal, temos muito mais em comum do que diferenças”, completa Mimi. Outro aspecto ressaltado por elas é a objetividade com que valores e conceitos que muitas vezes parecem subjetivos e abstratos podem ser facilmente aplicados no dia a dia através da Cabalá. Para Valdívia Pretto, além da tranquilidade e confiança em D’us, a experiência fez com que valorizasse os aspectos realmente importantes da vida. “São valores simples e ensinamentos práticos. Você vai a uma aula e sempre sai com alguma coisa que pode ser aproveitada para que a vida da tua família seja melhor.” Suzana Etchepare, vê as aulas quase como uma terapia, em que aprende-se diversos conceitos que podem ser utilizados no cotidiano, com os filhos ou para enfrentar momentos dificeis. Para a ex-aluna Ana Luiza Moscoso, as lições foram fundamentais para que sua vida tomasse um rumo diferente. “a Cabalá me fez ficar forte e pensar que eu tinha de fazer parte do mundo e dar a minha contribuição, sobretudo para a minha família, para que eles me sintam mais participativa.” Como consequência, a então dona de casa passou a ser, também, uma dedicada profissional. A atividade fez com que não pudesse mais participar das reuniões semanais, mas mantêm-se informada com as amigas sempre que é possível. Como católica praticante, vê a Cabalá como um agregador positivo. “Foi uma coisa muito positiva na minha vida, pois me ensinou a olhar à frente, me deu esperança.” Todas fazem questão de demonstrar o quanto o envolvimento foi benéfico para suas famílias, criando a partir da própria mudança na forma de enxergar o mundo, interesse das pessoas mais próximas. “Sempre fui mais religioso que minha esposa. Porém, com esses anos de cabalá e dessa vivência com a Mimi e com o Mendel, ela se tornou tão ou mais religiosa do que eu e reforçou a minha fé de uma forma comprovatória” conta Hugo Diebold. “Hoje, ela me puxa para que eu tenha ainda mais fé”, continua. Suane vezzani, esposa de Diebold, diverte-se ao contar que de todas era a que menos imaginava o que seria a Cabalá. Hoje sintetiza os quase cinco anos de aprendizado em uma palavra amparo. “no momento que eu aceitei a existecia de D’us e que Ele me ampara, a minha vida mudou agora a vida tem todos os espaços preenchidos, tudo passou a ter sentido e isso não existia antes.” Sobre o fato inusitado de todas terem encontrado o sentido de suas buscas em um religião diferente das suas, ela conclui: “a maestria do que nos é ensinado é mostrar que apesar das diferenças das regras de cada religião todos somos filhos de d’us e nessa essencia é que conseguimos uma conexão.” |
Para ler uma entrevista sobre as aulas com a participante Beth Logeman, clique aqui.